7 de julho de 2011

Quem tem que vir que venha

Quantos de vocês podem dizer que já passaram por uma experiência sobrenatural? E não vale dizer “eu nunca passei, mas minha filha já passou por uma e disse que foi muito bom”. Estou me referindo àqueles que estiveram ali, no olho do furacão. Sendo que o furacão estava cheio de ectoplasma.


Eu não me considero alguém muito sobrenatural, não. Nietzsche, inclusive, não ficaria muito satisfeito comigo. Não acredito também que já tenha vivenciado qualquer coisa fora do normal. Neste sentido inexplicável, entendam bem. Já tive uma boa dose de situações bizarras na minha vida e duvido que elas tenham acabado.


Tive, sim, alguns sonhos que algumas pessoas mais iluminadas poderiam tratar como um evento, mas em Psicologia estudei que eles são formas do inconsciente buscar uma resolução satisfatória para algo que queremos muito. E isso me basta.


Ontem estava voltando para casa e uma mulher falou qualquer coisa comigo. Tirei os fones de ouvido (sou antissocial) e pedi que ela repetisse. “Você tem carro?”, ela perguntou. “Sim, mas eu gosto desse contato com o público que só um ônibus lotado possibilita”, pensei em responder.


- Não.
- Ah, é que eu tava aqui olhando pra você e Deus me disse que te deu um livramento de um acidente.
- ...ah. Foi?
- Isso. De vez em quando acontece de ver uma pessoa e receber uma mensagem. Ele tá sempre falando comigo e agora ficou me incomodando até que eu falasse isso pra você.
- Do livramento do acidente?
- Isso. Eu vi você envolvido num acidente de carro. Alguma pessoa bebeu demais e se envolveu em um acidente.
-E isso é pra hoje?
- Oi, meu filho?
- Esse aviso, essa coisa. Isso aconteceria hoje se eu estivesse dentro de um carro ou devo me cuidar nos próximos dias?
- Não, agora mesmo. Uma pessoa bebeu demais e se acidentou. Eu vi que você tava distraído aí e não ia falar nada, mas Deus ficou me incomodando aqui pra eu falar.
- É, ouvi dizer que ele faz isso às vezes.


Chegou o ponto da mulher, ela e despediu e desceu. E eu fiquei lá, com uma cara que deveria ser um misto de “uau” e “olha só quanta coisa que perco por ficar ouvindo música”. Bom, não foi a primeira vez que uma mulher me parou na rua dizendo que alguma divindade tinha algum plano pra mim. O mais frequente é mesmo o deus católico. Aparentemente ele presta muita atenção em mim. Preciso avisar meu primo pra parar de me mandar aqueles e-mails.


É isso. Fica aqui o aviso. Se eu me envolver em algum acidente nos próximos dias, os filmes da série Premonição estavam todos certos.


Agora eu vou ali, mas vou de metrô, que é mais seguro.


.: Adriano :. o sóbrio

28 de junho de 2011

O frio e os calculistas

O inverno chegou meio atrasado, mas chegou. E já veio com os dois pés na porta, caindo em cima da mesa de centro, esparramando a água do aquário nas visitas e quebrando a janela com uma cadeira. Esta última foi só pra barbarizar. E pra deixar a casa mais fria, claro.

Todos os dias eu olho a previsão (meteorológica, no caso) antes de sair. Como trabalho longe de casa, preciso saber exatamente o que vou enfrentar. Muitas e muitas vezes já escapei de chegar (todo) molhado por sair com um guarda-chuva. Assim como já me salvei por trazer uma blusa a mais. Mas, nos últimos dias, tenho me sentido vítima de ataques terroristas. Abro o climatempo e pá! mínima de 2 graus. Olho de novo e pá! um símbolo de geada. Geada!

Agora, mais grave do que as horas que a gente passa na rua é a hora de dormir. Porque existe aquele mito que o frio aproxima as pessoas, mas pouca gente percebe o quanto essa ideia é uma faca de dois gumes. Explico-lhes: é na hora de dormir que os pijamas saem das gavetas. E existem dois tipos de pijamas. Os de dormir junto e os de dias de frio. Ora, os pijamas de dormir junto não são tão inocentes assim e não foram feitos exatamente para dormir. São as camisolas, os conjuntos camiseta-de-alça-e-calcinha e as roupas curtas. Para elas, ok? Sou antigo. Camisetas velhas e grandes também são muito bem-vindas aqui. Por sua vez, homens usam calças e barrigas engomadas.

Esses são os uniformes para os dias (aliás, noites) de calor. Porque é no frio que a natureza humana vem à tona. A autopreservação fala mais alto e as pessoas aparecem vestidas com aquele moletom de estimação com a meia azul por cima da calça, pra esquentar mais. Isso quando não são várias camadas de blusas. E gorros. Pois é. Gorros. As orelhas também passam frio. E muito.

Costumo dizer que é no frio que sabemos se poderemos mesmo ficar com aquela pessoa. Dormir junto no calor é difícil pra todo mundo, e isso é esperado. Mas os pijamas de frio são realmente imprevisíveis. Claro, as pessoas não mostram as coisas mais terríveis logo de cara. Existe toda uma necessidade de aceitação e essas roupas mais ousadas (lê-se “bizarras”) vão sendo mostradas aos poucos, como uma dança dos sete véus ao contrário. Mas com o mesmo objetivo.

Agora eu vou ali, mas prometo que estarei mais por aqui.

.: Adriano :. que já foi um cubo feliz

14 de junho de 2011

O brado retumbante

Quase um ano. Há quase um ano que não compareço aqui. Um pouco mais e outra pessoa poderia exigir a posse deste blog por usucapião. É preciso cultivar o terreno ou podemos ter sérios problemas com a propriedade, mesmo a intelectual.

Aconteceu uma série de eventos no dia de ontem que me motivaram a voltar pra . Aos poucos vou falando de cada uma delas ou simplesmente as transcrevo aqui. Aliás, "transcrevo", que palavra bonita. Não tinha um presidente com esse nome?

Não tenho muito tempo agora porque preciso tomar banho pra fazer uns exames e estou de jejum há tanto tempo que quando digo que não tenho muito tempo estou sendo bastante literal. E existe toda a questão de manter este blog aqui ativo por medo de perder a guarda dele etc. etc.

Por enquanto vou apenas molhar o pé aqui pra ir acostumando à temperatura antes de mergulhar de vez. Mas não poderia ir antes de dizer que acabei de abrir minha caixa de spams e encontrei um e-mail cujo destinatário era "César Pereio". Por um instante eu me entreolhei (não tente fazer isso sem supervisão profissional) mas logo confirmei que não era dele, do homem, do mito, do The Voice brasileiro. Primeiro porque estava na minha pasta de spams, convenhamos. E segundo porque eu não consigo imaginar o Pereio usando um computador para outro fim que não seja procurar putaria na Internet. E aposto que ele se vê em vários dos resultados que encontra.

Adriano. Que está de volta.