28 de junho de 2011

O frio e os calculistas

O inverno chegou meio atrasado, mas chegou. E já veio com os dois pés na porta, caindo em cima da mesa de centro, esparramando a água do aquário nas visitas e quebrando a janela com uma cadeira. Esta última foi só pra barbarizar. E pra deixar a casa mais fria, claro.

Todos os dias eu olho a previsão (meteorológica, no caso) antes de sair. Como trabalho longe de casa, preciso saber exatamente o que vou enfrentar. Muitas e muitas vezes já escapei de chegar (todo) molhado por sair com um guarda-chuva. Assim como já me salvei por trazer uma blusa a mais. Mas, nos últimos dias, tenho me sentido vítima de ataques terroristas. Abro o climatempo e pá! mínima de 2 graus. Olho de novo e pá! um símbolo de geada. Geada!

Agora, mais grave do que as horas que a gente passa na rua é a hora de dormir. Porque existe aquele mito que o frio aproxima as pessoas, mas pouca gente percebe o quanto essa ideia é uma faca de dois gumes. Explico-lhes: é na hora de dormir que os pijamas saem das gavetas. E existem dois tipos de pijamas. Os de dormir junto e os de dias de frio. Ora, os pijamas de dormir junto não são tão inocentes assim e não foram feitos exatamente para dormir. São as camisolas, os conjuntos camiseta-de-alça-e-calcinha e as roupas curtas. Para elas, ok? Sou antigo. Camisetas velhas e grandes também são muito bem-vindas aqui. Por sua vez, homens usam calças e barrigas engomadas.

Esses são os uniformes para os dias (aliás, noites) de calor. Porque é no frio que a natureza humana vem à tona. A autopreservação fala mais alto e as pessoas aparecem vestidas com aquele moletom de estimação com a meia azul por cima da calça, pra esquentar mais. Isso quando não são várias camadas de blusas. E gorros. Pois é. Gorros. As orelhas também passam frio. E muito.

Costumo dizer que é no frio que sabemos se poderemos mesmo ficar com aquela pessoa. Dormir junto no calor é difícil pra todo mundo, e isso é esperado. Mas os pijamas de frio são realmente imprevisíveis. Claro, as pessoas não mostram as coisas mais terríveis logo de cara. Existe toda uma necessidade de aceitação e essas roupas mais ousadas (lê-se “bizarras”) vão sendo mostradas aos poucos, como uma dança dos sete véus ao contrário. Mas com o mesmo objetivo.

Agora eu vou ali, mas prometo que estarei mais por aqui.

.: Adriano :. que já foi um cubo feliz

2 comentários:

Ana Carol disse...

Eu sempre uso o mesmo pijama. E ele é ridículo no verão e no inverno. É um dálmata. E uso desde o começo do namoro e na frente das visitas. Deve ser amor verdadeiro, né?

Anônimo disse...

Adri, eu chorei de rir! Sérrrrrio!